Geral Opinião

A razão porque o Palácio de Mafra é um Património Material Mundial condicional

A guerra na Ucrânia fez-me recordar as Invasões Napoleónicas a Portugal, que ocorreram à cerca de dois séculos, e a defesa terrestre de Lisboa, que se fez basicamente nas linhas de Torres Vedras, que passam pelo  Concelho de Mafra, pois não mudando a geografia física, e continuando Lisboa a ser o objetivo político de qualquer invasor, as Linhas de Torres serão sempre as grandes linhas de defesa terrestre da capital, que pelo facto de não termos atualmente um exército capaz, nem uma marinha de guerra a sério, nem sistemas de mísseis antiaéreos nem de costa para efetuar eficientemente a sua defesa , esta  dependerá sempre do estabelecimento de alianças militares e políticas, para não ser tomada, e para sobrevivermos como país, algo que sabiamente sempre soubemos fazer, dado que as nossas incapacidades são estruturais e perenes.

A NATO, e ora a UE, são por isso o garante da nossa defesa, em caso de invasão, razão pela qual devemos dar uma maior contribuição com meios e capacidades militares,  quando elas nos solicitam esse esforço, algo, que nunca fazemos de uma forma sólida e honesta, tentando contribuir sempre com o mínimo dos mínimos, senão mesmo abaixo deles, contrariando a constante e ilusória narrativa política, de que somos os paladinos nas nossas alianças.

A invasão da Ucrânia e o zelo com que temos visto os Ucranianos, a tentar proteger o seu património material da humanidade reconhecido pela UNESCO, ou seja a sua identidade nacional, deveria ser um exemplo para Portugal, que mesmo sem guerra o abandona e deixa cair, sempre alegadamente por falta de verbas.

A consideração que teci nos parágrafos anteriores conduz-me ao Real Edifício de Mafra, situado em plenas linhas defensivas de Lisboa, constituído pelo conjunto do Palácio, da Basílica do Convento, e da Tapada, recentemente reconhecidos, ainda que não definitivamente, como Património Material da UNESCO, por no Convento se encontrar aquartelada uma unidade militar, que constitui sempre, um alvo prioritário de qualquer eventual ataque inimigo, como infelizmente estamos a observar na guerra vista em direto da Ucrânia.