Geral Opinião

A necessidade de mudar o paradigma energético esbarra com a burocracia

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Todos em uníssono, internacional e nacionalmente, afirmam ser indispensável fazer a transição energética, para que o mundo se livre da necessidade de usar combustíveis fósseis para produzir energia, para evitar que o mundo colapse devido às alterações climáticas por eles, na sua maioria provocados.

Devido a esta necessidade de mudança resolvi colocar painéis solares em casa, que me saíram extremamente dispendiosos, e para cúmulo só foram aprovados pela Direção Geral de Energia, quase um ano depois, pelo que só passado esse tempo a E-Redes aprovou a ligação do sistema à rede, após o que, e passados mais um mês, é que a EDP Comercial se dignou a fazer contas, ou seja, devolver-me o dinheiro da energia que forneci à rede nesse período, a qual paguei como consumida em vez de produzida, e iniciaram o desconto da energia que produzo na minha fatura mensal.

Desta saga, em que solitariamente me meti, concluo que o governo não está interessado na mudança do paradigma energético em Portugal, pois não consegue agilizar, ou mesmo terminar, com procedimentos burocráticos, tais como a da necessidade de se pedir uma autorização à Direção Geral de Energia, procedimento que demora cerca de um ano, acrescido do tempo que demora a comunicação da E-Redes à EDP Comercial e o início do acerto de contas.

Assim não admira que ninguém se esforce no sentido de alterar os seus modos de vida tornando-os consentâneos com a necessidade de descarbonizar o planeta.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

Acerca do autor

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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