Paulatinamente e com o intensivismo agrícola, o país foi necessitando de mão de obra-barata, para efetuar algumas colheitas que os portugueses não querem ou não podem fazer.
Longe vão os tempos em que os nossos trabalhadores rurais eram contratados à jorna nas aldeias, por esse país fora e, trabalhavam de sol a sol, em troca de uma mão cheia de nada.
Atualmente, não há mais habitantes nas aldeias portuguesas, dado que o pessoal que nelas vivia há várias gerações, em especial o do nosso interior, emigrou para o exterior do território nacional em busca de melhores condições de vida, fugindo à pobreza.
Os novos migrantes que chegam para cá trabalhar na agricultura, perto de seiscentos mil, são bem vindos, embora infelizmente sejam maltratados, explorados, vivendo em condições de semiescravatura, algo que não se coaduna com a nossa idiossincrasia, nem com a nossa maneira de ser e de estar.
Nós que somos um povo de emigrantes e que gostamos que estes sejam bem tratados nos seus países de acolhimento, temos obrigação de tratar os migrantes, que arribam a Portugal, da mesma forma que gostamos que os nossos sejam bem recebidos.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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