Geral Opinião

A luta dos médicos contra a abertura de novas escolas médicas em Portugal

Não sei se são ou não precisos, em termos estatísticos mais médicos o em Portugal, sei que como utente que é muito difícil conseguir uma consulta médica no SNS, quer nos Centros de Saúde, quer nos Hospitais, e não é uma dificuldade conjuntural, por causa da Pandemia, é estrutural.

Não sei se o SNS consegue cativar ou não mais médicos, sei que não cativa, e que como em todas as profissões, o mercado trabalha e estes, tais como todos os outros licenciados e mestres, formados nas Universidades Portuguesas,  emigram à procura de melhores condições de vida, ou de uma experiência internacional, uma vez que na União Europeia que integramos, os cidadãos têm competências reconhecidas e liberdade de circulação, ou eventualmente  no final da sua formação podem querer exercer outras profissões, para as quais têm mais apetência pois nada os obriga a ser médicos.

Criar novas escolas médicas do Estado e Particulares em Portugal, é uma opção dos governos, não das Ordens Profissionais, pois estes novos cursos servirão no mínimo para dinamizar o interior e fixar população, algo que não é dispiciendo num país com grandes problemas migratórios, de povoamento do interior e com uma grave crise demográfica.

As únicas instituições de ensino superior que exigem que os jovens, nela permaneçam dez anos após o curso, são as relacionadas com a  Segurança e Defesa, porque são instituições Militares e de Segurança que recrutam diretamente para as suas necessidades, lhes pagam os cursos e lhes exigem em troca sacrifícios, que após o juramento de bandeira, podem colocar em risco a própria vida.

Todos os outros estudantes do ensino superior estão sujeitos à lei do mercado, não são militares nem agentes de segurança, pelo que ninguém os impede de emigrar.

Por tudo o que afirmei, estamos novamente a assistir a uma guerra corporativa, que só quer defender o interesses dos médicos, obstaculizando qualquer ameaça à sua hegemonia, e que tudo aproveitam na sua luta, que já dura há cerca de 50 anos, para não perderem poder.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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