Geral Opinião

A inteligência artificial e a inteligência emocional

Foto: Lampadia

Certo dia fui a uma conferência dada pelo professor Carvalho Fernandes, o pai do primeiro satélite português, o POSAT, e fiquei muito surpreendido com a sua palestra, pois falou sobre conceitos e não sobre tecnologias e fórmulas científicas que era o que eu estava à espera.

Falar de conceitos e estabelecê-los é algo que ultrapassa a ciência do domínio da filosofia, razão pela qual aos doutorados os anglo-saxónicos tratam-nos por Philosophy Doctors Phd.

Normalmente a sequência da aprendizagem de um ser humano, para simplificarmos a explicação tem quatro fases, numa primeira as pessoas aprendem repetindo, copiando, escrevendo ditados, numa segunda fase as pessoas dão capazes de ler e compreender conceitos, numa terceira fase aprendem a relacionar conceitos e numa quarta fase criar e estabelecer conceitos, algo que como referi é do domínio da filosofia.

A cada fase correspondem etapas diferentes, sendo que normalmente um licenciado é alguém capaz de relacionar conceitos, ou seja, está autorizado a estudar sozinho, sendo que normalmente nos patamares de ensino superiores se estabelecem conceitos, ou seja, são elaboradas teses que devem ser originais ou trazer novas abordagens a determinados conceitos.

A inteligência artificial e seus algoritmos foram estabelecidos à imagem da nossa forma de aprender, pelo que atualmente podemos afirmar que ainda está na transição da segunda para a terceira fase, mas rapidamente chegará à quarta fase.

A forma dos humanos usarem deve ser feita por forma a utiliza-la no benefício e progresso do conhecimento, ou seja, tal como já estamos a fazer com a utilização do Gps em que este pode-nos indicar o caminho mais curto, mas não decide qual o caminho, tal como pode conduzir autonomamente caso nós queiramos que ele faça.

Pode diminuir o trabalho mas não pode decidir, pode apresentar conceitos que podem ou não ser utilizados, uma coisa sabemos a AI não tem emoções, é sempre racional, e nós todos sabemos que a inteligência emocional muitas vezes é mais importante que a inteligência pura e dura e essa será cerne da nossa inteira responsabilidade sendo única e caraterística da raça humana.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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