Geral Opinião

A inesperada resposta de Putin à permissão do uso de armas ocidentais contra a Rússia

Foto: O Globo

Infelizmente, sou um mau jogador de xadrez, pois os bons jogadores profissionais são os que conseguem antever a próxima ou próximas jogadas, quando se joga determinada peça, para se conseguir esse objetivo é necessário conhecer profundamente o adversário, como reage, estudar jogos passados, e decidir que peça mexer, com a máxima segurança possível, sem cometer riscos.

A decisão de autorizar a Ucrânia a poder usar o armamento ocidental contra alvos no território da Rússia, é uma jogada estratégica, que pretende impedir que a Rússia avance para Kharkiv, e ganhe uma vantagem estratégica que poderá ser decisiva para o desenrolar da guerra, pois a queda de Kharkiv corresponde num jogo de xadrez à queda simultânea da rainha e um cheque ao rei.

Esperemos que os dois ditados populares portugueses não estejam certos, nomeadamente o que refere que tanta vez vai à fonte que alguma vez há-de partir, e o do Pedro e o Lobo, que refere que o Pedro tanta vez mentiu sobre o ataque dum lobo ao seu rebanho, que um dia ele acabou por o atacar.

Os mísseis autorizados a entrar somente nas zonas fronteiriças da Rússia, e somente contra alvos militares são os seguintes: ATACAMS com um alcance de 300 km; os Taurus Alemães com um alcance de 500 Km; e os mísseis franco  britânicos Storm Shadow com 550 km.

Estes mísseis podem ser usados com muita eficácia contra as bases aéreas localizadas perto da linha de fronteira, onde estão baseados os caças russos, e que quando levantam disparam armamento para dentro da Ucrânia, sem necessidade de ultrapassar a fronteira, para impedir concentrações de tropas que se preparem para alcançar a partir da fronteira, ou seja, quando iniciam as suas marchas para o contato, bem como para impedir o abastecimento das tropas que já entraram, atacando as suas bases logísticas.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma