Com a pandemia e o estado de emergência declarado a partir de quinta-feira, às 00h00, no meio de toda a agitação passou despercebida a lei que legaliza a eutanásia.
Não sou a favor da eutanásia por razões éticas e religiosas, embora relativamente a estas últimas, este não seja o fórum adequado para delas falar.
A extrema-esquerda tem feito um grande cavalo de batalha, para que haja liberdade de escolher uma forma condigna de morrer, algo que sinceramente, não me parece que seja relevante numa altura em que os médicos e os serviços de saúde, estão a braços com o trabalho de salvar pessoas e nunca o inverso.
Os médicos no seu juramento de Hipócrates juram salvar e não matar pessoas, pelo que vão haver alguns que, e bem, se vão recusar a fazê-lo em consciência, alegando objeção da mesma.
Não deixa de ser curioso o “timing”, escolhido para elaborar e aprovar esta lei, cujo tema é muito fraturante na sociedade portuguesa atual e que, me parece não ter sido ainda debatida com seriedade suficiente, para à capucha e de surpresa ser aprovada.
Nesta pandemia em que estamos a fazer um enorme esforço, no sentido de salvar as vidas dos mais idosos e com comorbidades, e no preciso dia em que a Assembleia da República legislou a entrada em vigor dum novo confinamento geral para fechar o país, tendo em vista salvar estes últimos, parece-me ser um paradoxo legislar no sentido contrário.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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