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A esperada resposta de Israel ao Irão

Foto: Le Monde

Numa das viagens que fiz a Israel fomos recebidos em todo o território, onde visitámos além de indústrias de defesa, várias unidades militares, no sul em Negef vi a maior concentração de blindados Merkava que alguma vez tinha visto, a deslocar-se num exercício de ataque, em linha, bem como no norte visitámos uma base aérea operacional.

Nesta visita à base aérea recordo-me de depois de termos sido recebidos pelo respetivo comando de termos ido para um auditório, onde mostraram um ataque dos seus aviões a instalações militares no Irão, e os efeitos dos mesmos nas instalações que destruíram com bastante eficácia, tendo-nos sido explicado no final do filme que o Irão nunca haveria de conseguir fazer uma bomba nuclear, pois a missão principal dessa base era, impedi-lo de atingir tal desiderato.

A resposta de Israel ao Irão, prometida hoje, após o Conselho de Guerra ter reunido, e em resposta ao ataque Iraniano a Israel ocorrido esta semana, se ocorrer somente contra instalações nucleares Iranianas, não é  nada de novo, pois é uma missão de rotina das suas bases aéreas, a novidade desta vez poderá ser a da comunicação em tempo real , “urbi et orbi”, a todo o mundo, tornando público o que fazem em segredo há anos.

Desta vez poderão também, no entanto, atacar em simultâneo outras áreas críticas, tais como barragens, unidades de produção de energia elétrica, plataformas petrolíferas, pipeline, portos e aeroportos, provocando o colapso do país, caso o ataque tenha mais eficácia do que o iraniano, algo em que acredito pois a Inteligência Artificial, poderá para isso contribuir em termos de eficiência.

A guerra na região já existe há setenta anos, a única novidade, em minha opinião, até há data demonstrada foi a da escala do ataque de mísseis, e drones provenientes do Irão sobre Israel, e a eficácia da defesa israelita, algo que só podia ter sido conseguido com recurso à capacidade de processamento de computadores Quantum, aliados à Inteligência artificial, que conseguiu determinar as rotas e fazer automaticamente a aquisição de alvos, algo que parecia um filme de ficção científica.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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