A Espanha decidiu que deixava de participar na Operação Atalanta, a operação marítima da União Europeia, que garantia a segurança dos navios comerciais que entravam no Golfo de Áden em direção ao Mar Vermelho, Canal do Suez e Mar Mediterrâneo, desenhada para combater a pirataria Somali na regiāo.
A Operação Atalanta, atualmente a ser comandada por um Almirante Português, vergonhosamente colocado a bordo dum navio espanhol, pois não parece termos nem vontade política, nem recursos materiais, nem financeiros, para enviar um navio de guerra, para uma Operação da União Europeia, nem quando efetuamos um comando de nível Almirante, apesar dos incomensuráveis fundos que da Europa recebemos.
A Espanha alega que não quer continuar a missão, abortando-a e obrigando a UE a retirar da região, numa altura de enorme tendão na zona, provocada pela guerra de Israel-Hamas, e quando novos atos de pirataria surgem, ora perpetrados pelos Hutis do Iémen, em apoio dos palestinianos, devido ao difícil equilíbrio que o Primeiro-ministro Pedro Sanchez tem de fazer, com a extrema esquerda no governo para poder continuar a governar.
A extrema-esquerda espanhola alega que não pode continuar na Operação Atalanta, pois ora teria de lutar , também contra a pirataria perpetrada pelos Hutis do AIémen, algo que não se enquadre na missāo da UE que era a de lutar exclusivamente contra a pirataria Somali.
Os Hutis atualmente estão bloqueando o tráfico comercial, que quer atravessar o Canal do Suez, em solidariedade com os palestinianos da Faixa de Gaza, e contra Israel e os EUA que os apoiam, causa que é também muito cara à extrema-esquerda de Espanha, opondo-se por esse facto a mudar a Missão da Operação e continuar na região.
A extrema-esquerda de Espanha, no governo, está atualmente contra qualquer intervenção militar de Espanha, quer no âmbito da NATO, quer em qualquer outra coligação “ad hoc” que se venha a estabelecer com os EUA.
Curiosamente a extrema-direita espanhola, que foi financiada pelo Irão, neste conflito Israelo-Palestiniano tem manifestado publicamente o seu apoio ao Irão, algo que parece um paradoxo.
A Portugal poderá acontecer o mesmo que em Espanha, caso sejam necessárias coligações com a extrema-esquerda e com a extrema-direita na sequência das próximas legislativas.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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