Geral Opinião

A eficácia da missão da UE no Mar Vermelho

Foto: Ananindeua

Após a passagem da missão da União da Europa Ocidental, UEO, para a União Europeia, esta começou a desenvolver as capacidades militares, as organizações civis e militares, para poder iniciar algumas missões civis e operações militares no âmbito das Missões de Peteresberg.

Para o efeito militares de todos os estados-membros, entre os quais me incluí, iniciaram um trabalho rigoroso e pele primeira vez viram-se uniformes na instituição que até então era só política e com um grande pendor económico, e no conselho éramos vistos e observados como seres de outro planeta.

Ao fim de vinte e três anos, embora já se tenham habituado à nossa presença, as missões que os militares executam ao serviço da UE, continuam a merecer pouca atenção do conselho, que inclusive não lhes dão importância, nem as realçam, o que faz com que toda a necessária estratégia de comunicação a todos os níveis, operacional, estratégico e político, seja um completo falhanço, malgrado a nível tático as operações sejam um sucesso.

Atualmente está uma frota de cinco navios atuando sob a bandeira da União Europeia na região do Golfo de Áden e Mar Vermelho, comandada por um almirante grego, que têm feito a escolta de todos os navios europeus, que queiram passar da Ásia para o Mediterrâneo a caminho da Europa, protegendo-os da pirataria e dos ataques com mísseis disparados pelos Houthis do Iémen, tendo até à data intercetado todos os mísseis incluindo os hipersónicos com 100% de eficácia, algo que infelizmente ninguém sabe, porque parece que a UE ainda tem vergonha de assumir que já é uma organização também com capacidades militares e em que a política comum de segurança e defesa é uma das componentes que cada vez é mais importante, numa Europa em guerra com a Rússia e com os EUA em discussões internas no congresso, sobre a continuação do apoio à guerra na Ucrânia.

Sem uma estratégia eficaz de comunicação a UE não pode ganhar as guerras híbridas da atualidade, mesmo que a nível tático estas sejam eficientes e eficazes. 

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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