Uma vez que o atual governo não se demitiu, como seria expetável, na sequência do chumbo do orçamento do próximo ano, e que o Primeiro-Ministro deste país, inexplicavelmente em termos políticos e não jurídicos, continua agarrado ao lugar, em funções plenas, e a executar ainda o orçamento do corrente ano, torna-se inexplicável a sua anunciada ausência da cimeira do clima, a COP 26, a decorrer em Glasgow, que será inexoravelmente interpretada, em termos internacionais e nacionais, como uma total ausência de interesse no assunto, que mais preocupa e ameaça geoestratégica e geopoliticamente toda a humanidade no corrente século.
Paradoxalmente, ou talvez não, internamente o governo que lidera, é dos mais implacáveis, a perseguir fiscalmente, com impostos sobre impostos, todos os cidadãos portugueses, que usam combustíveis fósseis nas suas viaturas, e dos que mais tem apostado em apoiar a EDP renováveis, não contestando os contratos usurários estabelecidos no tempo de Sócrates, que oneram exponencialmente os custos da energia dos consumidores finais, alegadamente para reduzir emissões de carbono para a atmosfera, mas que em minha opinião, nada tem a ver com nenhuma convicção política nem ideológica deste governo, como se demonstra com a anunciada ausência de António Costa da COP 26, mas sim como uma forma oportunista e casuística, de iludindo os portugueses, fazer face a outros problemas financeiros do país, que nada têm que ver com o clima.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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