Opinião

Joana Amaral Dias e os uniformes militares

Foi como cadete aluno da Academia Militar, com 17 anos que, enverguei pela primeira vez um uniforme militar, com muito orgulho e garbo, tendo só deixado de o envergar no dia que passei à reserva, embora este continue sempre colado à pele, pois faz parte da minha identidade, sendo impossível despi-lo mesmo que o quisesse fazer, uma vez que o posto e o uniforme, mesmo que fisicamente o não usemos, é algo impossível de se desligar de nós.

No meu caso, em particular, em todas as crónicas, artigos científicos e livros que editei e publiquei, que são quase incontáveis, continuo a assinar com o nome e o posto, pois eles fazem parte da minha identidade, e mantenho a farda de gala e as condecorações, sempre prontas para as envergar pela última vez, quando for chamado à presença do pai.

Por tudo isso acho abominável que alguém, como a Joana Amaral Dias, ouse criticar o Almirante Gouveia e Melo por ter aparecido numa reunião do Infarmed, envergando dignamente a farda de trabalho que pode e deve vestir, por ter sido chamado como militar para uma missão civil e patriótica.

Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva