Não consigo compreender o plano de urbanismo de Mafra, pois não vejo avenidas a serem traçadas, antes pelo contrário, vejo muitas vias rápidas. As vias rápidas, ao contrário de avenidas, não fazem vilas, nem cidades, antes as cortam e dividem em núcleos de bairros desgarrados.
Mafra tem crescido por bairros desgarrados e sem possível ligação entre eles, a título de exemplo a Quinta das Pevides, é um novo bairro, que parece uma ilha, rodeado de vias rápidas e autoestradas por todos os lados, e praticamente sem ligação à vila.
A avenida construída no bairro de Santa Bárbara, termina abruptamente na apertada rua do cemitério, e só recentemente, arranjaram uma forma de a ligar ao centro de saúde, não sem passar por uma estrada estreita e sem visibilidade, perigosa e superlotada. A ligação está melhor, mas longe de ser perfeita.
É preciso pensar urbanisticamente a vila, sob risco desta nunca vir a constituir um todo harmonioso, cheia de estradas de 7 metros de largura, muito estreitas, em que algumas delas, pelos vistos, como o da nova urbanização a nascer frente ao Intermarché, sem ligação a lado nenhum, tipo estrada inclusa de propriedade privada num local onde era necessário construir uma nova e larga avenida, a ligar o centro à zona comercial.
Não fora a necessária proteção do Convento, e Mafra estaria semelhante ao casino, desconexo, urbanístico da Ericeira.
Nuno Pereira da Silva
Coronel da Infantaria na Reserva
Adicionar comentário