A Macedónia do Norte era Estado dos Balcãs que em 2018, estava posicionado em primeiro lugar, relativamente ao alargamento da União Europeia, pois na altura cumpria todos os critérios de Copenhaga, razão pela qual já tinha assinado os acordos de Prespa que o formalizavam oficialmente, tendo para o conseguir inclusive renunciado ao nome de Macedónia, para Macedónia do Norte, algo que era uma exigência grega, mas que foi de difícil aceitação popular, pois o nome do país era uma marca identitária muito forte.
Macron, no ano imediatamente a seguir à assinatura do acordo de Prespa, no ano de 2019, inesperadamente impôs no Conselho Europeu, na sequência do Brexit, e dos sucessivos vetos e atitudes contrárias ao espírito da UE da Hungria no Conselho Europeu, que este mudasse substancialmente os critérios de alargamento à entrada na UE, tendo para o conseguir vetado a adesão da Macedónia do Norte e da Albânia, o que foi muito mal aceite na Macedónia, pois não se mudam as regras do jogo depois da assinatura de acordos internacionais. Macron, no entanto, justificou este seu veto, afirmando que a UE devia desenvolver-se interna e politicamente antes de integrar mais estados membros.
Atualmente, a Albânia está à frente de todos os Estados Balcânicos na corrida de entrar para a UE, que inclusivamente já instalou no seu território um Colégio da Europa, tendo em Setembro deste ano os processos da Macedónia e da Albânia sido separados, principalmente por causa da situação do novo governo de Extrema-Direita que governa a Macedónia, que só ganhou porque conseguiu capitalizar o ódio da população que se sentiu atraiçoada aquando a UE “rasgou“ os acordos de adesão, e pretende por isso agora aprofundar as suas relações com a Sérvia e a Rússia desistindo de continuar na corrida ao alargamento, tendo mesmo começado a usar novamente o nome de Macedónia em situações oficiais.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
Adicionar comentário