Celebrar os 75 anos da NATO é celebrar a existência da Organização Política e Militar, saída da II Guerra Mundial e que foi importante durante a guerra-fria, onde com o seu poder de dissuasão, conseguiu manter a paz na Europa.
Com o fim da Guerra-fria e até à invasão da Ucrânia, a organização teve que se reinventar, pois deixou de ter missão, dado que o seu inimigo, o Pacto de Varsóvia, tinha-se desmoronado.
A NATO não desapareceu, porque é através dela que os EUA exercem o seu poder de Influência sobre a Europa, e condicionam a sua independência e até mesmo a sua autonomia.
A NATO nesse período específico, saiu da sua área de atuação e inclusive perdeu uma guerra no Afeganistão, na primeira vez que foi usada.
Putin ressuscitou a NATO com a sua invasão à Ucrânia, e esta só reganhou importância sob a égide de Biden, tendo o mundo voltado, novamente a um período muito semelhante ao da Guerra-fria, algo que foi um alívio para os EUA, pois desta forma continua a exercer o seu poder de tutela sobre a Europa, poder esse que nunca quis deixar de ter.
Nesta Cimeira em Washington, com o fim expectável da guerra da Ucrânia, a NATO volta a querer arrastar os aliados para outras operações fora da sua área de atuação e de influência, nomeadamente para a nova guerra-fria, que os EUA estão a iniciar com a China, a outra potência global que se quer afirmar e que desafia a ainda potência dominante, os EUA, que está em minha opinião em fim de ciclo, e que por isso tenta criar uma nova aliança, em que engloba a NATO, a Austrália, a Nova Zelândia, a Coreia do Sul, o Japão e as Filipinas, ou seja, a NATO poderá estar a preparar um alargamento a esses países, para fazer face à Organização de Cooperação de Xangai, o novo Pacto de Varsóvia.
Será que esta nova NATO interessa realmente à UE?
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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