O assunto que Marcelo levantou sobre a devolução de obras de arte, objetos de antropologia e outros, aos países donde elas são provenientes, e que o Estado Português tem em sua posse, é um assunto polémico, e que é transversal a todos os países europeus que tiveram colónias, ou que se apossaram de bens como saque, ou regências estrangeiras após guerras.
O British Museum o Louvre, e outro correm o risco de ficar vazios, algo que não nos acontecia porque não temos riquezas de igual vulto, pois o que temos no museu de etnologia é interessante, mas nāo é sequer apelativo para quem o visita, e o que está na Sociedade de Geografia é privado.
Não obstante o referido penso que nos dias de hoje e com recurso à realidade virtual e aumentada, a forma de expor em museus pode ser diferente e mais apelativa, e as peças físicas podem eventualmente, ser partilhadas com os países de origem, mediante acordos bilaterais, caso estes os exijam, pois as peças expostas e as dos acervos permitem que tal rotação seja feita , sem que os museus antropológicos fiquem vazios, no fim ao cabo proponho que haja uma partilha de propriedade das peças, que senão tivessem sido recolhidas num determinado período histórico provavelmente, e no caso português já teriam presumivelmente desaparecido.
Termino relembrando que a história, de qualquer das formas, nāo pode ser interpretada à luz e com os paradigmas e valores atuais, ou seja nem podemos refazer o passado, nem devemos dele ter vergonha.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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