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Considerações sobre o serviço militar obrigatório

Foto: Executive Digest Sapo

Dos debates sobre a necessidade de efetivos nas Forças Armadas, surge sempre a pergunta da razão de ser do número de 32 mil efetivos necessários de acordo com o resultado do processo de planeamento de forças efetuado em 2014, e o que existe atualmente é  21 mil homens, ou seja, menos 30%.

Com início no Conceito Estratégico de Defesa Nacional inicia-se o processo que leca esse número, que por ser um enigma para os políticos, não o entendem e sempre questionam, no entanto, as ferramentas hoje existentes na NATO, que de acordo com os múltiplos cenários em que as nossas Forças Armadas podem atuar, e com o recurso a algoritmos de Inteligência artificial, determina este número exato, pois os algoritmos relacionam todos os dados que têm em memória de conflitos atuais, desde operações de paz, até guerra.

Este número de necessidade de efetivos, sendo um número certificado por uma organização credível, e calculado de forma científica normalmente é aceite pelos políticos.

De qualquer forma no Conceito Estratégico Nacional, que tem de ser revisitado pois a ameaça de guerra mudou, desde que começou a  guerra na Ucrânia, é natural que haja necessidade de um maior número de efetivos nas nossas Forças Armadas, seja necessário, pois as unidades de escalão Batalhão no Exército para efetuar ações de paz, atualmente têm um efetivo adequado a essas missões que não são para atuar num cenário de Guerra, mas em cenários mais “softs”, o que na prática implica que num cenário de guerra estas unidades têm de ter um maior efetivo, pois exigem outro tipo e outra quantidade de meios militares para desempenharem a missão.

Em conclusão, a necessidade de efetivos nas Forças Armadas Portuguesas vai aumentar, os 32000 necessários em 2014 vão ser insuficientes, pois com a nova ameaça à defesa da Europa, se esse número conseguir ser atingido por contratados e profissionais seria a situação ideal, caso contrário teremos de voltar a um sistema de conscrição para o conseguir.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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