Comentário sobre a reportagem da CNN na linha da frente, sobre a falta de munições e a estupefaçāo que manifestaram por um carro de combate na defensiva, já não disparar há uns dias.
Olho para as reportagens da guerra da Ucrânia e cada vez fico mais estupefacto com o que vejo e ouço.
Acredito piamente que haja falta de munições, no entanto e em termos táticos, estando a Ucrânia agora na defensiva só há fogos de armas diretas e indiretas quando o inimigo está no alcance destas, ou seja, não se está sempre a disparar projéteis.
As unidades da frente, as unidades de manobra, se dispararem denunciam as suas posições, e podem ser atacadas, por fogos indiretos e por meios aéreos, pilotados ou não, o que quer dizer que os carros de combate e os mísseis anti-carro só disparam quando virem carros de combate inimigos, e as armas de infantaria ligeira também só disparam contra a infantaria inimiga que estiver a atacar e dentro dos alcances, que possam causar danos no inimigo.
As armas de artilharia, os obuses numa defensiva, têm calculados os seus objetivos num plano de tiro, e só disparam quando os inimigos estejam no seu alcance e de acordo com as instruções do observador avançado ou hoje em dia das informações dadas pelos drones, ou pelo escalão superior, não disparam sem objetivos, pois se dispararem denunciam a sua posição e têm de mudar de local para evitar serem batidos por fogos de contra-bateria, esta máxima aplica-se quer a morteiros, quer a obuses. Dito isto, vejo nas emissões das televisões, armas de tiro indireto a disparar um tiro isolado, e a seguir camuflarem a sua posição e ficarem no mesmo lugar, sinal que os russos são incompetentes, ou que estes estão a disparar para as câmaras.
Mesmo que houvesse um número de munições inesgotável, só se dispara para objetivos que obtenham resultados.
Sei que os ucranianos têm que pedir, e pedir a mais pois se o fizerem têm o número de munições que precisam efetivamente.
Enfim…
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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