Encontra-se patente na casa da cultura Jaime Lobo e Silva da Ericeira, uma exposição de pintura de Maria de Fátima Silva, uma pintora da Encarnação que normalmente pinta quadros relacionados com a cultura e o património da Região Oeste, que Mafra integrava até ser integrada na Região Metropolitana de Lisboa.
Maria de Fátima usa normalmente uma paleta de cores suaves, predominância nos tons ocres, beijes, castanhos claros, e ocres tendo nesta série denominada por “Angelis” optado mais pelos tons cinza, para pintar as figuras e animais que integram as composições que nas diversas telas cria, sempre baseadas na história, no património e na religião, elementos identitários da nossa cultura e da nossa civilização.
As composições que cria utilizam normalmente elementos decorativos da arquitetura, como as gárgulas dos edifícios, tão abundantemente usadas na série anterior dedicada ao amor de Pedro por Inês, e que existem abundantemente no convento de Alcobaça.
Nesta série a artista, que desenha muito bem, desenhos que são a base da sua pintura que a partir deles se desenvolva, desenha vários anjos e arcanjos que convivem com animais como burros entre outros, numa composição idílica que conta uma história, baseada na sua interpretação da mesma, e da religião que afincadamente estuda, para as compor e criar.
Gosto de uma forma geral do seu trabalho que me foi apresentado, bem como a sua autora, pelo saudoso galerista Helder Alfaiate, que nesta artista apostava muito, para a valorizar e divulgar no mercado da arte, mercado que em Portugal é muito reduzido, mas muito exigente, malgrado ser, em relação ao mercado global, um mercado pouco atrativo e pouco rentável.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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