Não consigo de forma alguma compreender o tipo de meios militares que Israel está a mobilizar para a faixa de Gaza, pois são meios blindados e mecanizados, não adequados para uma guerra de guerrilha urbana.
Este tipo de meios é uma demonstração de força, que serve exclusivamente para mostrar e amedrontar a população palestiniana, e para isolar, cercando a Faixa de Gaza.
A entrada destes meios seria uma mortandade, pois pequenos grupos terroristas armados de armas anticarro devidamente emboscados, facilmente paravam e destruíam esses carros de combate, caso a invasão fosse efetuada com esses meios.
Se Israel eventualmente os quisesse utilizar operacionalmente, tirando partido da velocidade e do seu poder de fogo e blindagem, para atingir uma qualquer linha de fase que materializasse um objetivo, algo difícil de acontecer numa cidade e ainda por cima destruída e cheia de escombros, deixaria para trás várias bolsas de resistência, que os atacariam pela retaguarda.
A guerra urbana faz-se com muitas baixas, casa a casa, bairro a bairro e custa um elevado preço em vidas humanas, que duvido que Israel queira pagar.
De qualquer forma acabar com o Hamas é um objetivo difícil, senão impossível de atingir, pois a Irmandade Muçulmana, donde o Hamas emana está muito implantada por todo o Médio-Oriente.
Caso Israel conseguisse uma vitória conquistando o território da faixa de Gaza, o que iria com ele fazer no dia seguinte, em que é preciso tudo reconstruir e tudo colocar a funcionar, tarefa ciclópica, que contaria com a má vontade da população em relações ao invasor a não ser que esta fosse obrigada a exilar-se.
Parece-me que é o fim político do atual primeiro-ministro Israelita e da sua deriva de falcão e anti-democrática, para se ver livre das acusação de corrupção, que sobre ele paira e que o levou a querer acabar com a independentemente dos tribunais Israelitas.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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