Uma das lições que apreendi após a minha visita a Israel foi a de que os israelitas nunca iriam reconhecer um eventual estado Palestiniano, nem nunca iriam devolver o território anexado nos Montes Golã à Síria.
A primeira lição retirei do briefing no Ministério da defesa de Israel, em que o oficial encarregado do mesmo afirmou perentoriamente que a divisão efetuada pelos ingleses tinha já atribuído um Estado aos palestinianos e outro aos israelitas, estado esse que para infortúnio de Israel se chama Jordânia e não Palestina, como se deveria ter chamado, pois tal obviaria este problema em que os palestinianos ainda querem mais terra retirando-a a Israel.
Ao subir os Montes Golã com um General que tinha estado enquanto capitão nessa invasão, fui ouvindo as suas recordações sobre o que e onde tinha combatido à frente da sua unidade, até que chegados ao cume havia um grande planalto, onde o velho General explica as duas razões pelas quais a conquista é irreversível. A primeira tem a ver com o facto de no local se encontrar a nascente do Rio Jordão, que enche o lago Tiberiades, a maior reserva de água potável de Israel, a segunda pelo facto de ser um ponto dominante sobre a estrada de Damasco, um provável Eixo de Aproximação Sírio para conquistar Israel.
Lições apreendidas e que são fundamentais para a análise do conflito Israelo-Árabe que agora tomou o nome de guerra contra o terror.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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