A Câmara Municipal de Mafra deliberou hoje, dia 3 de Março, por unanimidade, aprovar a moção “Pela qualidade do serviço prestado no Hospital Beatriz Ângelo”, a qual tem o seguinte teor:
Em funcionamento desde 2012, o Hospital Beatriz Ângelo (Loures) serve uma população de mais de 300 mil pessoas, oriundas dos Concelhos de Loures, Odivelas, Sobral de Monte Agraço e Mafra (neste último caso, provenientes da União das Freguesias de Venda do Pinheiro e Santo Estêvão das Galés, da União das Freguesias de Malveira e S. Miguel de Alcainça e da Freguesia do Milharado). Esta unidade hospitalar foi gerida em parceria público-privada até 18 de janeiro de 2022, altura em que passou para a esfera do Estado.
Nos últimos tempos, tem vindo a verificar-se uma crescente degradação da qualidade do serviço prestado por este hospital, em grande medida devido à falta de profissionais de saúde. No passado dia 1 de março, assistiu-se à demissão em bloco de 11 chefes de equipa da urgência geral. Na sua carta de demissão, estes profissionais alertam que “os últimos meses têm sido marcados pela saída recorrente de especialistas do Serviço de Medicina Interna do Internamento e da Equipa Dedicada do Serviço de Urgência Geral”, redução esta que não tem sido acompanhada por uma diminuição de doentes. Tal leva a que o hospital viva “os piores momentos da sua história”, não conseguindo garantir “a prestação de cuidados de excelência ao doente”.
Entretanto, também desde a passada quarta-feira, a urgência pediátrica deste hospital passou a funcionar apenas de segunda-feira a sexta-feira, entre as 09h00 e as 21h00. Com este fecho noturno e aos fins de semana, as crianças do Concelho de Mafra terão de ser atendidas nos hospitais de Santa Maria, Dona Estefânia e São Francisco Xavier.
Considerando que o acesso à saúde é uma condição de dignidade humana e um fator crucial no desenvolvimento harmonioso da comunidade, a Câmara Municipal de Mafra:
CÂMARA MUNICIPAL DE MAFRA
a) Lamenta profundamente o atual cenário de degradação da qualidade do serviço prestado aos doentes, manifestando publicamente a sua preocupação;
b) Subscreve o agendamento de uma reunião urgente com Sua Excelência o Ministro da Saúde, com vista à resolução célere desta situação;
c) Exorta a tutela para que, independentemente do modelo adotado para a gestão do hospital, garanta a criação de condições quer para a valorização dos profissionais de saúde existentes, assegurando a retenção do talento, quer ainda para a contratação urgente dos trabalhadores necessários à resolução do problema da escassez de recursos humanos.
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