Depois da visita de Biden à Ucrânia e Polónia deixei de ter dúvidas de que a guerra na Ucrânia passou a ser uma ”proxy war” ou uma guerra por procuração, onde o Ocidente alargado, das democracias liberais e dos agora designados pelos EUA como “Estados de Bem”, que não sendo democracias, são considerados amigos, por neles os EUA terem interesses, contra a Rússia e eventualmente a quem ela se aliar, disponibilizando todos os meios e capacidades, exceto forças armadas no terreno, e tentando salvaguardar que se não use armamento nuclear, bacteriológico ou químico. Entrámos portanto, num outro patamar da guerra, que no limite pode transformar-se na III Guerra Mundial.
Ontem, o Rei Carlos III foi visitar os soldados ucranianos a treinar no Reino Unido, por forma a capacitá-los para entrar em combate, após ter visto parte do treino, o rei foi cumprimentar um a um os soldados, e o seu alargado sorriso inicial foi desaparecendo da sua face, algo que todos os jornalistas notaram sem comentar, porque em minha opinião, verificou “in loco”, que a maioria dos mesmos não era de nacionalidade ucraniana, e se for britânica, a guerra pode mesmo evoluir para um conflito mais generalizado, ou seja, para a III Guerra Mundial, que ninguém quer.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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