Faleceu a personalidade que mais marcou, em minha opinião, o século XX, Mikhail Gorbachev, o pai da Perestroika, o homem que reformou a política Soviética, pôs fim ao comunismo, abriu caminho à independência dos estados sob jugo Soviético, pôs fim à guerra-fria, derrubou o muro Berlim, permitindo a reunificação alemã. Prémio nobel merecido da paz, fomentou e assinou vários tratados de redução de armamento nuclear, os tratados Start.
Devido a ele, a NATO andou perdida pois como aliança política e sobretudo militar que era na sua essência, perdeu a sua razão de existir, por ausência do inimigo materializada pelo Pacto de Varsóvia que se desfez.
Foi um período confrangedor para a NATO, pois os seus conceitos estratégicos passaram a conter ameaças muito difusas, muito genéticas, muito impercetíveis para os governos ocidentais, que se foram progressivamente desarmando, até porque o combate ao terrorismo, ao narcotráfico e à criminalidade organizada, as ameaças constantes nos diversos Conceitos Estratégicos da Aliança desde o fim da guerra-fria até à recente invasão da Ucrânia, exigiam um “set” de forças e capacidades militares, mais flexíveis com maiores capacidades de transporte estratégico, pois os conflitos podiam ser globais, distintas, muito distintas das de uma guerra convencional.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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