O Surf & Rescue, projeto único em Portugal que une o Surf e o Salvamento Aquático, está de regresso às praias nacionais pelo 3º ano consecutivo, e, depois de arrancar em Sesimbra, teve a sua segunda ação na Praia de Ribeira d’Ilhas, na Ericeira.
A Praia de Ribeira d’Ilhas, na Reserva Mundial de Surf da Ericeira, foi palco esta terça-feira, primeiro dia de verão em Portugal, da segunda ação da iniciativa ‘Surf & Rescue’ de 2022, fruto de uma parceria entre a Associação de Escolas de Surf de Portugal (AESP), o Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) e a Fundação Vodafone Portugal. A meta principal do projeto passa por reforçar a segurança nas praias portuguesas, envolvendo os surfistas no processo.
A formação, que decorreu entre as 9:00 e as 18:00 horas, contou com 16 participantes, desde surfistas, treinadores, outros membros e trabalhadores de Escolas e Clubes de Surfing e ainda nadadores salvadores. A ação dividiu-se entre uma parte teórica, em terra, e outra prática, no mar da Reserva Mundial de Surf, onde foram ensaiadas táticas e técnicas de salvamento. A realização desta formação em surf e salvamento aquático atribui, ainda, unidades de crédito para a renovação de cédulas de Treinador IPDJ.
É do conhecimento geral que as Escolas e Treinadores de Surf dão um importante contributo para a segurança e o salvamento nas praias em Portugal, bem como toda a comunidade surfista de uma forma geral. Na verdade, são estes uns dos principais agentes de proteção e segurança das praias fora da época balnear. Contudo, muitos dos praticantes não detêm um conhecimento atualizado e adequado das técnicas de resgate, primeiros socorros e Suporte Básico de Vida e, na maioria dos casos, estas ações de salvamento ocorrem de uma forma informal e sem registo das ocorrências.
Seguem-se agora iniciativas em Aveiro (27 de junho) e Viana do Castelo (29 de junho).
Comandante João Pombo, Chefe do Serviço de Assistência a Banhistas do ISN: “Fazer esta formação na Ericeira, uma localidade que tem forte ligação à comunidade do surf, faz todo o sentido. O objetivo, além de ensinar os conceitos básicos do salvamento e suporte aquático, é também estabelecer uma ligação entre a comunidade de surf e a comunidade do salvamento aquático, nomeadamente os nadadores salvadores. São comunidades muito importantes, que garantem o salvamento e a segurança de tantas pessoas. Os surfistas estão todo o ano nas praias e garantem segurança e apoio de quem dele necessita. Aqui a meta é passar conhecimentos e estabelecer interligação entre as comunidades, tornar o sistema mais robusto, onde o mote de salvar vidas no mar se torne mais geral e qualquer pessoa o possa fazer de forma segura e informada. E, acima de tudo, mantendo a sua própria integridade e segurança.”
Afonso Teixeira, Diretor Executivo da AESP: “Este é o segundo evento desta 3ª edição do Surf & Rescue. O objetivo é unir surfistas, treinadores de surf e escolas de surf a toda a comunidade do salvamento aquático, de forma a haver uma maior segurança nas praias ao longo de todo o ano. Fora da época balnear, quando não temos nadadores salvadores a vigiar as praias, temos os surfistas e as escolas de surf e o intuito é oferecer-lhes os conhecimentos que precisam para fazer salvamentos com mais competência. É importante estarem preparados para fazer suporte básico de vida, primeiros socorros e saberem atuar numa situação de emergência. Também temos nadadores salvadores a fazer a formação, com o foco maior na parte do mar, na leitura do mar e das ondas, na utilização da prancha. No fundo é um intercâmbio entre surfistas e nadadores salvadores, onde uns bebem conhecimento dos outros. Os surfistas dão conhecimento do mar e das ondas, os nadadores salvadores sobre o conhecimento que têm das técnicas de salvamento e do suporte básico da vida. Tudo servirá para contribuir para mais segurança nas nossas praias.”
Pedro António do Carmo Silva, Vereador da Câmara Municipal de Mafra: “Nunca é demais realçar a importância deste tipo de formações. Sabemos bem que os surfistas têm tido um papel revelante nos salvamentos na nossa costa, principalmente nas áreas não vigiadas. Tenho de dar os parabéns à organização pela iniciativa, que espero que se repita e que todos aproveitem para aprender.”
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