Os soluços são muito comuns e habitualmente inofensivos. Saiba o que os causa e em que situações podem ser sinónimo de um problema mais sério.
Já todos tivemos soluços em determinados momentos na nossa vida. São muito comuns e, habitualmente, inofensivos. Mas o que são e porque acontecem?
Os soluços são sons que produzimos involuntariamente e resultam de espasmos do diafragma. O diafragma é um músculo que separa o tórax (a zona do peito) do abdómen. Este músculo tem um papel importante no processo de respiração, movendo-se para baixo quando inspiramos e para cima ao expirarmos. Quando temos soluços, o diafragma é “puxado” para baixo entre respirações, o que provoca a sucção do ar – como se fosse uma inspiração rápida e vigorosa. Em simultâneo, a epiglote (uma estrutura na parte inferior da garganta que funciona como válvula que impede a entrada dos alimentos na laringe) fecha de forma abrupta para impedir a entrada de mais ar. É assim que é produzido o tão característico som “hic” dos soluços.
O que pode causar soluços?
A causa dos soluços é muitas vezes desconhecida e pode não haver um motivo aparente. Há vários fatores, especialmente os que causam aumento do gás no tubo digestivo e pressão no diafragma, que podem provocar soluços. Alguns deles são:
- Comer muito rápido
- Ingerir comidas muito quentes ou picantes
- Ingerir bebidas muito quentes ou muito frias
- Comer uma refeição “pesada”
- Consumo excessivo de álcool
- Beber refrigerantes com gás
- Fumar
- Stress
- Maus odores
- Gravidez
Causas mais raras de soluços podem estar relacionadas com:
- Toma de determinados medicamentos, especialmente ansiolíticos, como as benzodiazepinas
- Quimioterapia
- Procedimentos médicos sob anestesia
- Inalar fumos tóxicos
Sabia que…
Bebés, crianças e adultos podem ter soluços, mas estes são mais comuns e podem ter maior duração nos homens.
Estratégias para acabar com os soluços: isto resulta?
Habitualmente, os soluços param após alguns minutos e são inofensivos. Há várias estratégias comuns e inofensivas para terminar um episódio de soluços, que podem ou não resultar:
- Suster a respiração
- Respirar fundo
- Comer um pedaço de gengibre fresco, pão ou açúcar
- Sugar sumo de um limão
- Ingerir uma bebida com água quente e mel
- Gargarejar com água
- Sentar-se e inclinar-se para a frente, sobre os joelhos
- Pedir a alguém que nos pregue um susto
Em que casos deve consultar um médico?
Se o episódio de soluços durar apenas alguns minutos e for esporádico, não é motivo para alarme. Por outro lado, se os soluços se repetem com frequência ou duram vários dias, deve ser observado em consulta médica.
Constitui motivo de alerta quando aos soluços se associam outros sintomas – como dor de cabeça, dificuldade em manter o equilíbrio ou dormência -, pois pode ser sinal de um problema mais sério. Nestes casos, deve dirigir-se imediatamente ao seu médico assistente ou a um serviço de atendimento permanente.
Os soluços podem ser um sintoma de doença?
Um episódio de soluços que dure dias, semanas ou até anos (o que é raro) pode ser sintoma de um problema de saúde preexistente. Alguns medicamentos, distúrbios pulmonares ou neurológicos podem interferir com o funcionamento do diafragma e, consequentemente, tornar persistentes os episódios de soluços.
Alguns dos problemas de saúde e medicamentos que podem causar soluços frequentes ou prolongados são:
- Esofagite (inflamação do esófago)
- Hipertiroidismo
- Pleurisia
- Pneumonia
- Doença renal
- Doenças intestinais
- Danos cerebrais, como Acidente Vascular Cerebral ou tumor, que afetam a área do cérebro que controla o diafragma
- Cirurgia abdominal
- Cirurgia torácica
- Certos medicamentos para epilepsia
- Pastilhas de nicotina
Sabia que…
Os soluços que não causam preocupação são espasmos involuntários do diafragma que desaparecem rapidamente.
Tratamento
Quando um episódio de soluços se prolonga durante muito tempo, é importante consultar o seu médico assistente. O tipo de tratamento a adotar irá depender da causa, podendo incluir:
- Tratamento do problema subjacente que possa provocar os soluços.
- Ajuste nas dosagens de alguns medicamentos.
- Opção por outro tipo de terapia com nicotina, em alternativa às pastilhas.
- Toma de medicamentos anti-espasmódicos para “acalmar” o diafragma.
- Outras técnicas hospitalares em casos raros e graves: injeção de anestesiante e/ou anti-inflamatório que bloqueia o nervo; ou cirurgia.
Fonte: Cuf
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