Com o novo ano vai começar a campanha eleitoral, e os portugueses irão às urnas decidir o seu futuro.
Com cerca de oitocentos mil portugueses infetados, obrigatoriamente confinados em casa, e por isso impedidos legalmente de se poderem deslocar às urnas para votar, de acordo com as estimativas, temo que a abstenção este ano atinja dimensões ainda mais absurdas, que todas as anteriores.
Perante esta situação dramática, o Governo parece que vai abrir a possibilidade de estes cidadãos confinados, poderem exercer o direito de voto por correspondência entre 20 a 24 de Janeiro, no entanto, para além da habitual dificuldade burocrática em conseguir exercer esse direito, algo que já tentei algumas vezes, por estar em missões militares oficiais no exterior, estas duas datas também não permitem que, os cidadãos infetados durante a semana antes das eleições, possam efetivamente exercer o seu direito de voto.
Se não arranjarmos uma solução viável e exequível, para que todos os cidadãos confinados possam votar, se não queremos modificar o sistema eleitoral, se não queremos abrir a possibilidade de cidadãos independentes se poderem candidatar à Assembleia da República, enfim, estamos à espera de proclamar um vencedor saído de umas eleições, que embora tenha legitimidade formal, terá tudo menos legitimidade popular.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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