Foi colocada há 304 anos a primeira pedra do Palácio-Convento de Mafra, por iniciativa de D. João V (1689-1750, a reinar desde 1706).
Esta primeira pedra foi abençoada pelo Patriarca na presença de toda a Corte. Para esta solenidade construiu-se, no local onde se viria erguer a Basílica, uma igreja em madeira sumptuosamente ornamentada. Esta cerimónia custou ao erário régio a quantia de 200.000 cruzados. Lembremos que uma dúzia de ovos na época custava 30 réis, um litro azeite 140 réis e que um cruzado equivalia a 480 réis.
Palácio-Convento de Mafra
Obra central do reinado de D.João V, o Palácio-Convento de Mafra é um projeto colossal do Barroco português setecentista.
Os seus números são impressionantes, como o testemunha a sua imensa área de aproximadamente 40 000 m2, a sua fachada nobre com 232 metros, os seus 29 pátios e 880 salas e quartos, as suas 4500 portas e janelas ou ainda as 217 toneladas que pesam os 110 sinos do seu famoso carrilhão.
A fundação deste mosteiro de frades arrábidos deveu-se a uma promessa feita por D. João V, caso a rainha fosse bem sucedida na conceção de um filho que tardava. Este promessa cumpriu-se em 1711, ano em que nasceu a princesa Maria Bárbara, a primogénita da descendência do Magnânimo.
O projeto inicial estava dimensionado para acolher treze frades arrábidos, mas no final da construção albergou mais de 300. Com efeito, o número de frades e a dimensão do empreendimento sofreram um grande incremento.
No entanto, o projeto de Mafra só se iniciou a 17 de Novembro de 1717, realizando-se a sua sagração em 1730.
As obras prosseguiram até 1737, altura em que o convento mafrense se encontrava praticamente concluído. Acrescentos posteriores vieram enriquecê-lo com obras de arte e a criação de outras dependências, como foi o caso da notável biblioteca conventual. Os planos de Mafra são entregues a João Frederico Ludovice, arquiteto-ourives alemão e que se formou no atelier romano de Carlo Fontana.
É classificado, em 1910, como Monumento Nacional.
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