A série de televisão portuguesa Glória, é a primeira que conseguiu ser admitida e transmitida na Netflix, facto que é de louvar, estando por esse facto o diretor, os produtores e todo o elenco escolhido de parabéns.
O enredo é interessante, pois embora romanceado, trata da forma como a guerra-fria entre as duas potências, EUA e União Soviética, se digladiavam e usavam o território nacional para esse efeito, utilizando as suas agências e os seus agentes secretos, respetivamente a KGB e a CIA, quer na metrópole, quer nas colónias, e nele releva o pensamento do regime do estado-novo, sobre a relação tensa e de desconfiança que tinha com os seus aliados americanos.
Série que considero ser de excelência, e que fez com que me tenha, pela primeira vez, reconciliado com a produção portuguesa e embrenhado na história, que também nos mostra como atuava a PIDE e a GNR na defesa do regime, e a pequenez e o subdesenvolvimento que grassava no país, nos tempos da ditadura e da guerra colonial.
Série a não perder, sendo a primeira vez que considero que as taxas cobradas na conta da luz para o audiovisual, foram bem aplicadas através da RTP que produziu a série em conjunto com a SPI.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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