Não sei como teriam ficado as Forças Armadas se Gouveia e Melo tivesse sido nomeado para o cargo de Chefe do Estado Maior da Armada, CEMA, com a consequente exoneração do atual detentor do cargo, Almirante Calado, recentemente reconduzido em funções, se esta não tivesse sido travada pelo Presidente da República, por não a considerar oportuna, e não por discordar do seu conteúdo.
Alegadamente, a proposta de nomeação de Gouveia e Melo para CEMA foi efetuada pelo Governo, em conluio com o atual Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, Almirante Silva Ribeiro, tendo este, inclusive, chegado a informar o atual Almirante CEMA, de que seria exonerado do cargo, previamente informar e ter a anuência prévia de Marcelo Rebelo de Sousa, o Comandante Supremo das Forças Armadas.
O falhado golpe de estado pretendia nomear imediatamente Gouveia e Melo para CEMA, para o poder nomear, daqui a cerca de dois anos como substituto do atual CEMGFA, malgrado nessa altura não venha a ser a vez da Marinha ocupar esse cargo, por este ser normalmente exercido por rotação entre os três ramos.
O atual CEMGFA Almirante Ribeiro, em minha opinião, o mentor deste esquema ,conseguiria assim nomear o seu eterno adjunto Gouveia e Melo imediatamente como CEMA, capacitando-o dessa forma para o suceder, nas atuais funções.
Maquiavel, não faria melhor.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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