A fotografia, antes de mais é um testemunho: Quando selecionamos um ser, um objeto ou um sitio, estamos não só a registar um momento, mais do que isso, estamos a fazer uma escolha, a apresentar um tema, a fazer uma historia e dar a quem a vê, a nossa posição ou maneira de ver, não apenas a registar. Quando a fotografia se limita a ser um “click”, então só serve para colocar no álbum de recordações.
Pessoalmente gosto muito de fotografar pessoas, mas longe de mim pensar que as estou a “capturar”, se correr bem estou apenas a retirar um pequeno pedaço delas e a contar uma historia sobre esse momento. Na minha maneira de estar, se a minha câmara me fosse retirada, grande parte da minha razão de existir estaria a ser suprimida.
Além de uma ferramenta poderosa de comunicação, a fotografia funciona muitas vezes como uma escapatória, um anti-depressivo ou mesmo uma forma de resistir às exigências das nossas vidas, tantas vezes cruéis, egocêntricas e desmotivantes.
Neste período das nossas vidas em que a pandemia nos retirou tanta coisa, a fotografia tem sido uma forma de manter a sanidade mental que tanta falta nos faz. Partilho convosco algumas fotos de dois momentos importantes deste ano, o lançamento do meu primeiro livro “Olhares sem Rosto” e a minha participação na exposição coletiva sobre o Real Edifício de Mafra que está patente no Terreiro de D. João V em Mafra até ao final de Setembro.
Viva a fotografia.
Texto e fotografias de Carlos Sousa/KPhoto
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