À mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta, frase atribuída a Júlio César aquando do seu divórcio da sua segunda mulher, na sequência duma festa em honra de uma Deusa Romana, promovida por esta, e onde não era permitido entrar ninguém do sexo masculino, tendo no entanto, e apesar dessa proibição, nela conseguido entrar um jovem patrício, disfarçado de mulher, alegadamente com a intenção de seduzir a mulher de César.
César apesar de não ter conseguido nada provar contra esse jovem, divorciou-se afirmando que sua mulher não poderia ser objeto de qualquer suspeição.
Esta frase e esta história têm séculos, e ainda hoje a ouvimos repetir milhares de vezes, sem que quem a profere tenha muitas vezes parado para pensar bem no seu significado, pois esta frase é tremendamente misógina, carregada de uma conotação machista, inaceitável na atualidade.
É pois pena que se repitam durante séculos afirmações deste tipo, carregadas de conotações desfasadas da realidade da sociedade atual, numa era em que a igualdade de género é algo que já deveria ter sido profundamente interiorizado por todos.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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