Saúde

Hipertensão arterial: Um perigo silencioso

Cerca de 40% da população adulta sofre de hipertensão arterial, sendo o principal fator de risco para o desenvolvimento de doenças do coração e do aparelho circulatório.

A tensão arterial é a força (ou pressão) exercida pela corrente sanguínea nas paredes das artérias. Quando esta pressão é muito elevada, a parede das artérias perde elasticidade e o coração tem que realizar um esforço superior para manter o seu normal funcionamento.

Considera-se hipertensa uma pessoa que apresente, de forma consistente, valores elevados de pressão arterial, nomeadamente:

  • Pressão diastólica ou mínima ≥ 90 mmHg
  • Pressão sistólica ou máxima ≥ 140 mmHg

A hipertensão arterial pode ser silenciosa e não dar qualquer sintoma ou sinal. No entanto, em algumas pessoas, podem surgir alguns sintomas:

  • Dores de cabeça
  • Tonturas
  • Cansaço
  • Dor no peito
  • Aumento dos batimentos cardíacos
  • Falta de ar
  • Zumbidos
  • Entre outros sintomas sugestivos de hipertensão arterial não controlada.

A hipertensão arterial pode existir durante vários anos, sem dar qualquer complicação. Infelizmente, muitas pessoas só sabem ter hipertensão arterial depois de terem uma complicação!

Importa relembrar que a hipertensão arterial não controlada é uma das principais causas de risco para o desenvolvimento de:

  • Acidente Vascular Cerebral (AVC)
  • Ataque cardíaco
  • Insuficiência cardíaca
  • Insuficiência renal
  • Perda gradual da visão
  • Disfunção eréctil
  • Doença arterial periférica

Esta patologia associa-se tanto à doença coronária, como ao acidente vascular cerebral (AVC) e à insuficiência cardíaca e é o fator de risco cardiovascular modificável mais frequente, razão pela qual o seu tratamento é essencial na prevenção destas patologias.

As doenças cardiovasculares são a causa de morte de, pelo menos, 34,1% da população portuguesa, fundamentalmente como consequência de AVC e da doença coronária.

A hiperatenção pode ser fatal

A ocorrência de uma elevação súbita e marcada da pressão arterial é conhecida como crise hipertensiva. A sua gravidade relaciona-se, principalmente, com o grau da elevação da pressão arterial e com a rapidez de instalação, e não tanto com o valor absoluto da pressão arterial.

Quando a crise hipertensiva se associa a sinais e sintomas de lesão de órgãos-alvo (coração, rim, cérebro, etc.) denomina-se de emergência hipertensiva e pode ser ameaçadora de vida.

Como diagnosticar a hipertensão arterial?

O seu diagnóstico baseia-se na medição dos valores de pressão arterial (≥140/90 mmHg), e verificação que estão acima dos considerados normais, em mais do que uma avaliação. Ou seja, um valor de pressão arterial elevado isoladamente não significa que a pessoa seja hipertensa.

Em cada visita médica a pressão arterial deve ser avaliada 3 vezes, com 1 a 2 minutos de diferença. A pressão arterial a considerar é a média das duas últimas avaliações.

Em alternativa, a pressão arterial pode ser avaliada pela própria pessoa em sua casa, ou através de um aparelho de Monitorização Ambulatória da Pressão Arterial (MAPA) durante 24 horas.

Uma vez confirmada a existência de hipertensão, devem ser também realizados outros exames que ajudem a entender a sua origem e as suas complicações, como:

  • História familiar e clínica
  • Exame físico
  • Análises sanguíneas e à urina
  • Eletrocardiograma
  • Ecocardiograma
  • Ecografia carotídea e abdominal
  • entre outros

A hipertensão arterial pode ser causada por:

  • Stress
  • Excesso de peso
  • Ingestão excessiva de sal, açúcar ou de álcool
  • Tabaco
  • Colesterol elevado

Como prevenir a hipertensão?

Para prevenir a hipertensão arterial, o passo inicial é melhorar o seu estilo de vida:

  • Não fumar
  • Ter uma alimentação saudável
  • Fazer exercício físico regular
  • Evitar consumo excessivo de álcool
  • Controlo de peso

Se suspeita de hipertensão arterial consulte o seu médico, para que ele possa confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado.

A hipertensão arterial pode ser tratada e controlada, evitando assim as suas complicações.

Fonte: SNS e Hospital da Luz