Os EUA pretendem abandonar o Médio Oriente e o Afeganistão, no início desta nova administração Biden, com a finalidade de canalizarem as suas forças e os seus esforços para a Região da Ásia – Pacífico.
Para conseguir esse objetivo, os EUA estão a tentar restabelecer o acordo nuclear com o Irão, que o seu antecessor infelizmente rasgou, e que os israelitas com os recentes ataques efetuados a algumas dessas centrais nucleares iranianas estão a dificultar, parece fazer parte dessa estratégia, bem como o recente anúncio da retirada em Setembro das suas forças do Afeganistão.
Conter as pretensões chinesas, impedindo a China, o novo inimigo dos EUA, de controlar o mar territorial chinês, pois quem controla o mar controla as rotas marítimas e comerciais que nele navegarem, inclui impedi-la de construir novas ilhas artificiais no mar da China, algo que já tentaram fazer embora sem sucesso, bem como impedi-la de invadir Taiwan e outras ilhas que a China disputa com o Japão, parece ser o novo objetivo dos EUA.
Os EUA consideram que a recente aquisição dos novos porta-aviões chineses, que no total já perfazem o número de quatro, constituirá a breve trecho uma ameaça real, aos seus interesses e à paz mundial.
A operacionalidade desses quatro porta aviões chineses, bem como de toda a Marinha de Guerra Chinesa, ainda é questionável, pois ainda não têm treino nem formação adequada, e suficiente para constituírem uma ameaça real, no entanto, esta lacuna a breve trecho será colmatada, contando para isso com a cooperação militar russa nesse domínio, que se tem manifestado em várias manobras conjuntas.
Os americanos e as autoridades de Taiwan têm receio de que os chineses, à semelhança da invasão da Crimeia pelos russos, pretendam invadir Taiwan rapidamente e de surpresa, por forma a que esta depois de consumada, seja impossível de reverter, tendo para evitar esta possível, mas ainda improvável invasão, já enviado a sétima esquadra para a região.
Em minha opinião, enquanto os porta aviões chineses não atingirem a “Final Operational Capability“, bem como toda a recente panóplia de novos navios de guerra, esta ameaça de invasão de Taiwan sendo possível, é improvável, no entanto mais vale prevenir do que remediar.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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