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Xutos & Pontapés, 45 anos de Vida Malvada

Olá Vida Malvada” não foi apenas o nome de uma canção, mas o espírito de uma noite em que o rock português se reafirmou, se é que era necessário, vibrante, pujante e imbatível, no coração de Lisboa. A MEO Arena foi o cenário perfeito para uma celebração da música e da vida, e os Xutos & Pontapés, mais uma vez, provaram que são uma parte vital da currículo do rock português.

Na primeira parte, os Xutos trouxeram convidados, duas bandas que normalmente não pisariam esta arena em nome próprio, mas que tiveram direito ao momento de glória. Os “Meu General” subiram ao palco com a arena ainda meio despida de público, mas não se deixaram intimidar e aproveitaram cada minuto no palco tendo ainda direito a uma “guitarrada” com o “padrinho” João Cabeleira.

Depois foi a vez dos “Conjunto!Evite”, banda que toca “em qualquer sítio onde haja eletricidade e dizem-se uma banda de rock progadélico, seja lá o que isso for” , que apresentaram o seu trabalho já com a arena mais composta e conquistaram o público, que mais participativo ficou quando Tim acompanhou a banda dos dois filhos num dos temas do alinhamento,

Desde o início, foi claro que a noite seria marcada por uma combinação de nostalgia e renovação. A banda abriu com “Vida Malvada” e o público, que já sabia todas as palavras de cor, não perdeu tempo a cantar e a marcar o ritmo.

O som poderoso de guitarras, bateria e o inconfundível vocal de Tim proporcionaram uma viagem por alguns dos maiores êxitos da carreira do grupo, com destaque para “Mundo ao Contrário“, “À Minha Maneira” ou “Circo de Feras”, entre tantos outros.

O concerto, mais do que um simples espetáculo, foi uma celebração de uma carreira sólida que atravessa gerações. É impossível não perceber o impacto cultural que os Xutos & Pontapés tiveram em várias camadas da sociedade portuguesa, que os vê como uma referência de resistência e autenticidade.

O ambiente na Meo Arena, com a plateia e as bancadas a vibrarem e a cantarem sem parar, refletiu isso mesmo: a banda não só representa um ícone do passado, mas uma presença viva e atual.

No final, ficou o sentimento de que, mesmo depois de tantos anos, os Xutos & Pontapés continuam a ser uma força imparável na música portuguesa, e, sem dúvida, ainda têm muito para nos dar.

Fotografias e texto de Carlos Sousa/ KPhoto