Ontem foi, finalmente, a data de retorno à política nacional, adormecida desde o início do ano, ou seja, desde o dia das eleições legislativas, pois foi o dia da tomada de posse dos deputados eleitos, e da eleição da segunda figura do Estado, o político profissional Santos Silva, que ao fim de quinze anos nos vários governos liderados pelo PS ainda não se assume como tal, como se a governação, a política e a dedicação à causa pública, não fossem atividades e profissões relevantes, quiçá por ter medo da “vox populi” ignorante deste país que atavicamente detesta os políticos, apelidando-os das maiores barbaridades e boçalidades, como reflexo das suas próprias frustrações pessoais.
O governo maioritário do PS toma posse hoje e, infelizmente, o país malgrado esta espécie de pausa “sabática” governativa forçada, em virtude dos problemas graves ocorridos na contagem dos votos dos emigrantes no circulo da Europa, ainda não tem um verdadeiro líder da oposição, papel que continua a ser ocupado pelo “jaz morto e arrefece”, Rui Rio, que nunca conseguiu galvanizar o partido nem o país, e que com a sua teimosia de escrupuloso contabilista duma empresa em vias de falência, não quer abandonar o poder nem o lugar, depois de em português e em alemão ter dito que o faria, na noite em que perdeu as eleições.
A sua postura de anti-líder, de anti-político, titubeante e bairrista, muito prejudicou o partido e o país, permitindo que o Chega, partido de extrema-direita nacionalista, levado ao colo pelo PS, tivesse ascendido a terceira força política do Parlamento.
Esta estratégia, ainda que indireta do PS, liderada por António Costa, a que muitos chamam já a “Macronização” do país, poderá levar. no limite, à extinção do PSD, caso Rui Rio continue agarrado ao poder e não deixe que uma nova liderança e uma nova visão estratégica para o partido vingue, continuando a condicionar o partido à sua vontade até ao último dia.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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