A Ucrânia está a viver um Inverno em todos os sentidos etimológicos do termo, pois ao fim de cerca de dois anos de guerra, duríssima, começa a perder apoios internacionais, há uma fadiga que se nota pois começa a haver um grande desinteresse popular pelo conflito, e quando isto acontece começa a ser difícil aos políticos continuarem a apoiar incondicionalmente o apoio financeiro e logístico necessário ao esforço da guerra.
Formalmente, os conservadores norte-americanos parece que vão votar contra o apoio financeiro à Ucrânia, pois alegam que parte do apoio financeiro dos EUA é desviado do seu destino, por causa da corrupção que dizem ser endémica no país, e desconfiam também, que parte do armamento é vendido para países terceiros, temendo mesmo que caiam em mais terroristas.
Esperemos que a administração Biden consiga desbloquear esta situação e que o apoio à Ucrânia não cesse, pois caso isso não aconteça haverá repercussões graves no Terreno, ou seja, será impossível ganhar a guerra, e parar as investidas russas, que continuam a massacrar a população civil em todo o Teatro Operacional e a nível tático retomaram a iniciativa, após terem conseguido resistir à contraofensiva ucraniana.
Em termos de apoios da UE, esta semana, também, está em cima da mesa a decisão de apoiar financeiramente a Ucrânia, havendo uma ameaça da Hungria em vetar o pacote financeiro proposto para esse efeito, algo que poderá ser crítico, nesta altura em que os americanos também, como vimos, estão com dificuldades em apoiar o esforço de guerra.
Enfim a manterem-se estes bloqueios será impossível à Ucrânia ganhar a guerra, pois sem apoios internacionais, Putin infelizmente ganha a guerra.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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