Geral Opinião

Trump versus Kamala

Foto: People

O Primeiro-ministro de Israel vai discursar no Capitólio, pressupostamente a convite dos Republicanos, e deverá ser recebido por Biden, e provavelmente por Trump.

Kamala Harris percebeu que o eleitorado jovem não apoia a intervenção armada em Gaza, nem o eleitorado de imigrantes oriundos de países islâmicos, e para cativar esse voto já decidiu que nesse dia não presidirá à sessão no Senado, no dia em que Bibi lá for.

Este dossier tem que ser tratado com pinças, porque a comunidade judaica e o lobby Sionista nos EUA é muito forte, e não convém nada a Kamala deixar de ter esse apoio, pelo que vai ter de fazer a quadratura do cumírculo, ou seja, conseguir o apoio de comunidades que têm interesses antagónicos.

Se o tema da guerra em Gaza é difícil, existem outros nos quais Kamala pode encontrar certamente um caminho diferente do de Biden, e diferenciador do de Trump, nomeadamente apresentando propostas sólidas para resolver as crises e as guerras internacionais, ponto em que Trump mais não diz que as resolve em 24 horas, ou seja, não apresenta uma solução, mas sim faz uma proclamação, o que de acordo com a teoria construtivista das RI poderá, de qualquer forma, provocar alguma mudança no curso da guerra e na dos seus protagonistas o que, se for eleito,  lhe poderá facilitar a vida, pois com receio que isso aconteça Zelensky tem-se desdobrado em estabelecer alianças bilaterais, com países ocidentais, bem como pretende realizar nova ronda de negociações pela paz, desta vez com a presença da Rússia.

Trump é um candidato com uma grande base de apoio fixa, mas para ganhar as eleições, precisa de cativar eleitores fora dela, e caso o não consiga poderá novamente perder as eleições para Kamala, como perdeu contra Biden, que não ganhou por ser Biden, mas por não ser o Trump.

Está tudo em aberto novamente nas eleições nos EUA, vamos ver…

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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