Geral Opinião

Trump ou Biden, pior não fica

Foto: Observatório da TV

O Mundo sobreviveu à passagem do terramoto de Trump na Casa Branca, à sua forma peculiar de fazer política, aos seus discursos de ódio, à sua inconstância e sobretudo à sua política externa e aos seus humores, que para além da pólvora seca, não causaram grandes danos no designado contexto internacional, talvez por ter sido uma breve passagem, ou talvez porque ninguém o tenha levado a sério. Pois quando a excentricidade roça a loucura, os “checks and balances” nos EUA funcionaram, e os quadros superiores civis e militares da administração pública com a sua resiliência criaram impediências no sistema, que o neutralizaram.

Biden surgiu não como um líder, que nunca foi, e ganhou por não ser Trump, não ganhou por mais nada, e a sua aparente mas dissimulada moderação, em termos de política externa, provocou toda a perturbação porque o mundo está a passar, tendo optado pela confrontação em vez da cooperação, voltando a uma política da guerra-fria, ou seja, optou pelo “hard power” desprezando o “soft power“, com o resultado que está à vista de estarmos à beira de um conflito global.

Quando se opta pela confrontação em vez da cooperação, ou seja, pelo realismo na Política Internacional ao invés do liberalismo, ou seja, do multilateralismo, o mundo fica à beira dum ataque de nervos.

Dito isto, estou como o Tiri-rica, um humorista candidato a uma eleições para o parlamento brasileiro, cujo lema de campanha era o de “votem no Tiri-rica que pior não fica”, numa possível escolha entre Biden e Trump, votem no que pretenderem porque, pior não fica.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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