A Ucrânia está no terreno a sofrer um revés, e politicamente está expectante em relação futuro relativamente ao futuro apoio dos EUA, que com Trump poderá eventualmente mudar, pois afirmou-o na sua campanha, e reafirmou-o ontem, referindo que a guerra é uma carnificina, que quer acabar, embora não diga como.
Estas declarações e outras sobre outras temáticas que tem feito, têm provocado, no entanto, muitas declarações políticas de todos os líderes mundiais, bem como têm precipitado variadíssimas rações por parte de todos os intervenientes diretos e indiretos, na guerra da Ucrânia, mas também na guerra em todas as frentes que se desenrola no Médio-Oriente.
Em termos de análise, usando a teoria da Ciência Política e Relações Internacionais designada por construtivismo, que tem como um dos seus objetos, analisar os discursos dos líderes para deles verificar que consequências tiveram na realidade, este período tem sido riquíssimo e merece ser estudado cientificamente.
Os discursos de Trump desde os de campanha, até aos últimos, mesmo sem Trump ter assumido o poder, são interessantíssimos, e são o paradigma da teoria do construtivismo, porque todos os atores políticos internacionais, têm desencadeado uma série de reações preventivas, antevendo o que Trump, poderá fazer, algo que é tão imprevisível como o tempo, pois mesmo conhecendo este líder político, dado que já é a segunda vez que vai assumir a presidência dos EUA é muito difícil prever qualquer tipo de política este venha a tomar, pois nem o próprio, em princípio tem ideias muito claras.
Em relação à guerra na Ucrânia, muito especificamente, estes discursos têm provocado reações múltiplas, quer no governo ucraniano, quer nos líderes Europeus e na UE, quer na Federação Russa, reações diretas no Teatro de Operações e indiretas e em todos os líderes dos países europeus.
A Rússia no terreno, intensificou a sua ofensiva em todas as frentes para ganhar o máximo possível de território Ucraniano, esperando que o conflito seja congelado nas atuais posições, e Zelensky baixou as suas expetativas em relação a não ceder nem um metro do seu território, e tem procurado junto dos líderes europeus, promessas de um maior apoio político, logístico e militar, eventualmente, mesmo com Forças no terreno, a última e única linha vermelha russa que ainda não foi ultrapassada.
A este propósito ontem, dia 18 de dezembro de 2024, o Conselho Europeu, dirigido por António Costa , estará reunido com Zelensky para determinar quais as ações a tomar, num futuro próximo, para não deixar cair a Ucrânia.
Não espero que haja qualquer consenso saído desta reunião, preventiva da eventual ação que Trump irá tomar em relação ao conflito, que como sabemos será completamente imprevisível, pois ele nunca segue um guião, nem normalmente acolhe conselhos dos seus colaboradores mais próximos.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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