Na Assembleia Geral da ONU, Donald Trump ultrapassou em mais de 30 minutos o tempo estipulado para o seu discurso, que durou quase uma hora. Durante a sua intervenção, o ex-presidente dos EUA criticou instituições internacionais, defendeu políticas nacionalistas e fez afirmações controversas sobre conflitos globais. Entre os momentos mais notáveis, Trump afirmou que a Ucrânia poderia recuperar todo o seu território perdido para a Rússia, descrevendo o exército russo como um “tigre de papel”. Além disso, criticou os países que reconheceram o Estado da Palestina, considerando essa ação como um “presente” para o Hamas.
No entanto, a parte mais significativa do seu discurso foi a reafirmação do apoio incondicional a Israel. Trump alinhou-se totalmente com as posições do governo israelita, condenando os reconhecimentos internacionais da Palestina e defendendo a libertação imediata dos reféns mantidos pelo Hamas. Além disso, assegurou a líderes árabes que não permitirá a anexação da Cisjordânia por parte de Israel, uma posição que reflete uma tentativa de equilibrar as relações com os aliados árabes enquanto mantém o apoio a Israel.
Este discurso evidenciou a continuidade da política externa de Trump, marcada por um alinhamento estreito com Israel e uma postura crítica em relação às instituições multilaterais. Embora tenha sido bem recebido por líderes israelitas, a sua abordagem polarizadora e a retórica agressiva suscitaram críticas de outros líderes mundiais, como o presidente francês Emmanuel Macron, que sugeriu que Trump deveria agir para pôr fim à guerra em Gaza se realmente desejasse o Prémio Nobel da Paz.
Em resumo, o discurso de Trump na ONU foi uma reafirmação das suas posições políticas, com ênfase na defesa dos interesses de Israel e uma crítica contundente às iniciativas de reconhecimento da Palestina. Enquanto o seu apoio a Israel foi claro e firme, a sua abordagem em relação a outros assuntos internacionais revelou uma visão unilateral e confrontacional, que continua a caracterizar a sua política externa.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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