O primeiro-ministro de Israel , depois de ter acordado com o Presidente Trump em estender o cessar-fogo em Gaza, até ao fim do Ramadão, quebrou o acordado e atacou novamente o território, causando cerca de quatrocentas vítimas.
Netanyahu nunca quis na realidade um cessar-fogo, nem resolver o problema definitivamente, pois o onjetivo é conquistar o território, que historicamente e de acordo com o Antigo Testamento da Bíblia, foi outorgado por Deus ao seu povo, no que é apoiado pelos fundamentalistas e sionistas evangélicos americanos, que interpretam todos os livros da Bíblia literalmente, evangélicos esses que estāo na base do apoio popular de Trump.
Netanyahu sabe isso, como sabe que tem o apoio do lobby Judaico em Washington , pelo que ousou desafiar Trump e a sua sugestâo de continuar o cessar-fogo em Gaza até ao fim do Ramadāo, enquanto continuassem as negociações de paz , que ainda estāo a decorrer no Quatar, algo que lhe pode saír caro politicamente pois Trump nāo gosta de ser desfeiteado em público.
Com esta atitude provocatória ao ego de Trump, e com os resultados insastifatórios do telefonema que teve com Putin, que nāo aceitou a sua proposta de um cessar-fogo incondicional na Ucrânia por trinta dias, Trump está a ser confrontado com a dura realidade, de apesar de ser o Presidente da maior potência militar do mundo, o mundo nāo age a seu belo-prazer, e está com estes dois casos que referi, a ser humilhado publicamente , duas vezes na mesma semana.
Lá se vai o sonho de Trump em ganhar o Nobel da Paz, pois ao contrário do que Trump parece pensar, o mundo não é preto e branco, e as soluções populistas que apresenta para resolver problemas complexos, com aparente facilidade e rapidamente, só na cabeça dele, e de todos os líderes populistas como ele, existem, e embora todos eles , possam enganar os eleitores, esse engano é facilmente desmentido pela dura realidade.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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