Geral Opinião

Trump afirmou apoiar Israel num ataque às instalações nucleares do Irão

No conflito do Médio-Oriente, parece-me que o tempo se está a esgotar, por forma a ainda poder haver uma solução diplomática airosa de saída para todas as partes, no silêncio dos gabinetes, que evite uma guerra global.

As negociações diplomáticas não podem, nem devem ser públicas, por muita pressão mediática que haja, e como dizia o Presidente do Líbano, ontem dia 4 de outubro em entrevista a um canal televisivo, está à espera que os EUA nelas tenham um papel decisivo em conjunto com outros mediadores, pois depois de Israel ter desarticulado e decapitado o Hezbollah, e depois de ter reduzido substancialmente o poder militar do Hamas, parece-me ser hora de assinar um cessar-fogo em Gaza, e com isso pacificar a região, e colocar uma Força da ONU no Sul do Líbano, com capacidades para separar as partes pela força, e não uma força de manutenção da paz, como a UNIFIL, que se encontra ainda no terreno, inoperante e entre dois fogos, sem sequer ter proteção blindada suficiente para se proteger, pois lamentavelmente ainda ninguém a retirou do Teatro de Operações.

A escalada com nova resposta dos Israelitas sobre o Irão, e sobre as suas instalações nucleares, como ontem defendeu Trump em campanha eleitoral, poderá abrir caminho para a eclosão dum conflito mundial, o patamar acima do regional, que infelizmente já foi atingido.

Parece-me no entanto difícil que haja racionalidade , nas atuais circunstâncias, da parte do Primeiro-ministro de Israel e do seu governo, porque, ao contrário do que afirma, este quer conquistar o território do Sul do Líbano e colonizá-lo, e não só afastar a ameaça do Herzbollah, que entretanto já desarticulou, do Sul do Líbano.

Biden e a sua administração, infelizmente, não tem atualmente poder, e Bibi quer continuar a sua guerra, sabendo que a estratégia é inimiga do atual vazio americano, esperando ansiosamente a vitória de Trump, que em minha opinião, dará carta branca a Israel para derrotar o Irão e o impedir de se tornar uma potência nuclear.

Para Trump esta parece ser a sua vontade,  e para o fazer terá de negociar com Putin, prometendo-lhe que não apoiará mais a justa luta da Ucrânia, ou seja faz uma troca, salvaguardando nesse acordo que a Síria poderá continuar a ser um seu protetorado.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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