O atual Secretário-geral da NATO Stoltenberg, muito assertivo no apoio à Ucrânia, segundo alguns analistas, em minha opinião, tem sido uma espécie de Medevedev do bloco Ocidental, aquele que sai fora de pé e ameaça o Ocidente com a utilização de armas nucleares na Ucrânia, para depois alguém acima dele, ou seja, Putin desvalorizar a ameaça.
Stotlenberg, desde o início da guerra, tem feito de polícia mau, dizendo o que outros não querem, ou não podem dizer, chegando recentemente e na hora da sua saída do cargo, a responsabilizar e ameaçar a China, pelo facto de por esta apoiar a guerra da Ucrânia, lhe deveriam ser aplicadas sanções económicas, algo que excede por completo as suas funções, pois embora sejam funções políticas, elas centram-se exclusivamente no domínio da defesa, “strictus sensus”.
A acusação tem alguma razão de ser, pois a China é a potência dominante na região, no entanto sancionar agora a fábrica do mundo, terá consequências económicas e financeiras para o Ocidente, incomensuráveis, que serão superiores às das do início da guerra, quando a escassez de gás russo, provocou um pequeno tsunami na economia europeia, muito em especial a alemã, que ainda se não recompôs.
Já tivemos uma pequena amostra do que poderá suceder caso isso acontecesse, durante o período da Pandemia, de haver rotura de abastecimentos de matérias críticas que pararam as nossas fábricas, e de parte do nosso comércio, de que foi exemplo a escassez de máscaras cirúrgicas.
Para se sancionar economicamente a China, tinha previamente que se denunciar os diversos acordos comerciais firmados com a Organização Mundial de Comércio, mas sobretudo teríamos de nos reindustrializar apressadamente, algo impossível a curto-prazo.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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