Geral Opinião

Será que a UE se pode vir a assumir a liderança do no mundo livre?

Foto: APCER Group

Antes de Obama ter saído do período em que exerceu a Presidência dos EUA, tentou estabelecer várias alianças com o mundo livre, o mundo das democracias liberais.

Para conseguir esse objetivo Obama quis transformar a NATO, uma organização política, que tinha começado quase exclusivamente por ser aliança militar, numa organização diferente, que embora mantivesse como um dos seus objetivos continuar a assegurar a defesa coletiva da Europa, ou seja, que esta viesse a transformar-se num embrião duma futura União Política, à semelhança da UE, aliança que agregasse todos os estados-membros da UE e o Canadá, tendo-se na altura iniciado várias negociações nesse sentido, que ainda tiveram alguns desenvolvimentos importantes.

Concomitantemente Obama começou a estabelecer laços mais profundos com o Japão e a Coreia do Sul, que pudessem ser mais duradouros, mais estruturais, e por essa razão mais eficientes e estáveis, para poder numa nova grande aliança militar, conter a China, na sua zona de influência, do Mar da China ou do Japão.

Estes desenvolvimentos foram terminados no início da primeira Presidência de Trump, que não acredita nem em aliados, nem em alianças, e muito menos em uniões políticas, convencido que os EUA sozinhos e estabelecendo relações bilaterais, Estado a Estado, tudo consegue, e que o mundo continua a ser um jogo entre as grandes potências e os seus líderes como no final da II Guerra Mundial.

Com as negociações que recentemente Trump iniciou com Putin, para acabar com s guerra da Ucrânia, o Canadá tem estado muito ativo e a participar em reuniões conjuntas com a UE, tendo em vista resistir à pretensão de Trump de querer que o Canadá integre os EUA, como mais uma estrela da sua bandeira, e o Japão já veio publicamente a apoiar a Europa, ao afirmar que esta tinha que participar nas conversações com a Rússia e que o seu país também,  dado ser um assunto importante para toda  a segurança global.

Estando a Coreia do Sul a armar a Polónia, e a apoiar a Ucrânia, para combater de forma indireta a Coreia do Norte, aliada da Rússia na guerra da Ucrânia, e com Capacidade  sobrante para armar a UE, para que esta não precise  de adquirir novos armamentos aos EUA, para complementar as falhas da sua base industrial de defesa, para poder fazer face à ameaça Russa, que tem pretensões, a médio-prazo de conseguir aumentar para oeste a sua zona de influência.

Por tudo o que referi parece-me que a Europa pode vir a ganhar centralidade na nova Ordem Mundial, que se está estabelecendo, com  o UK, o Canadá e o Japão constituírem o Bloco das Democracias Liberais, contrapondo-se às autocracias das três potências, dado que os EUA, em minha opinião, são já uma democracia iliberal a caminho duma autocracia.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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