Geral Opinião

Será que a IA é um risco para a humanidade?

Desde há muitos anos, que nos filmes de ficção cientifica, produzidos nos EUA se exploram os medos das audiências globais, com o aparecimento de supermáquinas que irão dominar o mundo. A essas máquinas do domínio da ficção científica, hoje apelidamos de inteligência artificial.

A IA começou a dar os seus primeiros passos na década de cinquenta do século passado, debaixo de um grande secretismo, sendo as infraestruturas onde se realizavam os projetos de investigação, e as equipas de investigadores científicos, alvo de grande vigilância, por parte da CIA que os tutelava.

Este medo da máquina poder vir a dominar a nossa vida e de destruir o mundo é algo que tem trespassado gerações, pois essa exploração do medo, por ser rentável financeiramente, tem continuado a ser objeto de novas produções cinematográficas de Hollywood, cada vez mais realistas, com mais e melhores efeitos especiais.

Não digo que não haja riscos na exploração da Inteligência artificial e da robótica, embora me pareça que os benefícios para a sociedade sejam muito superiores, aos riscos, pois a IA tal como os computadores atualmente, são e serão uma ferramenta muito útil, desde que que bem utilizados, para contribuir para a nossa segurança, progresso e bem-estar, contudo se mal utilizadas pelo ser humano poderão ser o inverso.

A inteligência artificial, vai processar a informação que está na net, com grande velocidade, e vai ser capaz de raciocinar de uma forma autónoma, para que isso aconteça, os modelos de IA têm que ser treinados, sendo nesse treino, que se estão atualmente a gastar inúmeros recursos humanos, materiais e financeiros, pois a máquina tal como uma criança tem de ser ensinada desde o ensino básico, à compreensão, à ligação, e por último, à elaboração de conceitos, algo a que nem todos os humanos conseguem chegar, porque quando chegamos aos últimos dois patamares, já estamos no nível equivalente aos mestrados, relacionamento de conceitos, e aos doutoramentos, no âmbito da elaboração dos mesmos, ou seja, no âmbito da filosofia.

As máquinas de IA são completamente racionais, lógicas, cartesianas, o seu raciocínio, ao contrário dos humanos não é dominado por emoções, por perceções, ou seja, nesse domínio, em minha opinião, que se diferenciarão do homem, que como ser vivo, o seu comportamento é, a maior parte das vedes dominado pelas emoções, tal como o seu relacionamento com os outros.

As máquinas não têm emoções, não têm sentimentos, podem simulá-los, mas nunca sentirão o que é apaixonar-se, amar, ter saudades, nem sentir a dor, entre outros, nem terão cansaço ou sono, pois  não são seres vivos, o que em minha opinião as torna mais previsíveis.

Os conceitos morais derivados das religiões, de bem e de mal, de arrependimento e de perdão, bem como os conceitos éticos. em minha opinião, serão expúreos às máquinas de IA, pois esses conceitos, bem como as ideologias, são conceitos no domínio dos comportamentos humanos, conceitos no domínio das emoções que as máquinas não têm, nem nunca terão capacidades de ter.

O facto das máquinas, por não serem ser vivos nem mortais, não terem medo do desconhecido, pode também constituír uma vantagem, assim como o não poderem nunca sentir a emoção do que é a sensação de ter poder sobre os outros, sobre as sociedades, faz com que não constituam nunca um perigo por si sós, a não ser que pela ação e a pedido expresso do homem, desendeiem uma determinada tarefa que possam colocar em risco a humanidade.

O homem, a sua ambição pessoal e coletiva, poderão utilizar mal esta ferramenta que estão a desenvolver, tal como atualmente podem desencadear o apocalipse nuclear, algo que uma máquina, lógica, racional, cartesiana, nunca o fará, por si própria.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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