A liberdade de expressāo e o direito de ter opinião são as duas faces da mesma moeda, e uma das conquistas mais importantes que abril trouxe às elites deste país, uma vez que eram estas as mais visadas e vigiadas pela polícia do Estado Novo, tal como referia o dirigente do livre numa pequena história que contou recentemente a propósito duma uma senhora com poucos estudos, como de dizia na altura, que após ter expressado uma opinião sobre política, alguém lhe terá dito, que desse graças a Deus por ter pouca educação, porque se a tivesse, com o que exprimira já estaria sob investigação ou mesmo presa.
No século que corre, e passados que foram, cinquenta anos do vinte e cinco de abril, a censura voltou embora de uma forma diferente, não é feita pela polícia política mas é feita nas redes sociais, pela imprensa que diariamente tem de encher jornais e que pega num tema, numa opinião, e amplifica o eco das redes sociais, dilacerando quem teve a ousadia de falar fora da caixa, ou quem teve um comportamento fora da norma.
Esta cultura repressiva que inicialmente surgiu nos tablóides também castiga quem segue comportamentos do foro privado e do foro íntimo, algo a que obriga todos os políticos a autocensurarem-se e a contratar especialistas de comunicação, para filtrar o que se quer exprimir, tornando-o politicamente correto, ou inócuo, por forma a não criar casos, ou a fazer o controlo de danos desses casos.
Os grandes aliados desta nova censura, desta nova inquisição é o sistema judicialistas, não confundir com sistema judiciário, que também sem filtros de bom senso e ponderação, que substituíram os tribunais políticos e que tudo investigam e de todos quantos exercem o poder suspeitam, desviando os parcos recursos que têm dos verdadeiros crimes.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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