A Bósnia-Herzegovina está novamente em risco de entrar em guerra civil, pois o líder da República Sparska, ou Sérvia, uma das duas regiões que constituem a Bósnia-Herzegovina, desde que foram assinados os acordos de Dayton, contesta a autoridade das instituições do Estado Central, uma espécie de estado federal, nomeadamente o seu tribunal Constitucional, que considerou inconstitucionais algumas leis que o seu líder Milorad Dodic, tinha aprovado regionalmente, pelo que este ameaça separar-se do país, e juntar-se à vizinha Sérvia.
Por sua vez na outra região da Bósnia-Herzegovina, denominada por Federação da Bósnia-Herzegovina, constituída por 17% de população de etnia croata, os croácios e o resto por bosníacos, muçulmanos Bósnios, os croatas também têm a pretensão de se juntar à Croácia.
O frágil Estado Bósnio tem estado tutelado pela comunidade internacional, que nomeia um alto representante, cargo que atualmente é ocupado por Christian Schmidt alemão, nomeado pelo Comité Diretor do Conselho de Implementação da PAZ, bem como tem tido permanentemente no seu território forças da EUFOR, que por causa desta ameaça de cisão foram reforçadas ultimamente, por forma a garantir o regular funcionamento de todas as Instituições do Estado Central.
Os acordos de Dayton foram estabelecidos após uma intervenção da NATO com uma grande ação de bombardeamento aéreo do território, então em guerra-civil, por não haver meios suficientes na Europa para efetuar a intervenção, facto que despoletou na UE , a vontade de desenvolver uma capacidade militar própria, tendo para o efeito na Cimeira de Helsínquia sido lançado o “Helsinky Headline Goal”.
Esta ameaça de Cisão não é alheia à intervenção de Putin, que mais uma vez , está a descongelar este conflito até agora congelado, algo que normalmente faz quando quer desestabilizar a Europa, numa altura em que esta tem demonstrado vontade de apoiar militarmente a Ucrânia na luta por uma paz justa no seu território.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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