Ganhámos por seis a zero ao Luxemburgo, que orgulho para a nossa seleção e os nossos dois representantes, saídos diretamente da Cimeira Ibero-Americana para o estádio de futebol, nesse pequeno país que acolhe os nossos emigrantes há décadas para fugir da miséria do nosso país.
O Luxemburgo tem um ordenado mínimo de cerca de dois mil euros, ordenado que em Portugal equivale ao da classe média-alta, algo difícil de perceber fazendo nós parte da mesma união política, que infelizmente permite que exista no seu seio um país como o Luxemburgo, cuja atividade principal é a de ser um enorme paraíso fiscal, atraindo inclusive sedes de empresas portuguesas para pagarem menos impostos do que em Portugal.
A harmonia fiscal, é imperativo que se faça rapidamente na União Europeia, para que não haja uma espécie de concorrência fiscal em que cada um tenta ganhar vantagem sobre os outros, algo a que também não somos inocentes com a atribuição de vistos gold e com a atribuição de benefícios fiscais aos reformados europeus que queiram passar a reforma neste país à beira-mar-plantado.
É urgente que se consiga arranjar um consenso em termos de harmonização fiscal na UE, ou seja, é urgente que o processo que se arrasta há mais de vinte anos em reuniões do conselho tenha um fim rapidamente para acabar com a concorrência criativa e desleal que todos tentam fazer, bem como é urgente acabar-se com os paraísos fiscais, doa a que doer, senão é impossível construir uma verdadeira união.
No meu caso, preferia que a nossa seleção perdesse por 6 a 0 contra o Luxemburgo e que o ordenado mínimo no nosso país rondasse os dois mil euros.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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