Os principais conflitos e guerras em curso atualmente no mundo sāo: a do Burkina Fasso, a da Somália, a do Sudão, a de Mianmar, a da Nigéria e Síria e a do Iémen, para além daquelas com que diariamente nos preocupamos e que passam recorrentemente nas televisões, nomeadamente a da Ucrânia versus Rússia e a do Médio Oriente, ou seja, Israel contra sete frentes de ataque simultaneamente.
Em minha opinião, referimo-nos muito mais às duas últimas guerras, por serem aquelas onde a Europa e os EUA têm interesses políticos e estratégicos, vitais e ou importantes, bem como alguns laços afetivos e religiosos, mas acima de tudo porque há uma forte probabilidade, senão houver racionalidade, dessas duas guerras , poderem escalar para uma guerra global.
Tentando analisar mais em profundidade, as últimas duas guerras, observo que nelas subsisten, ainda alguns problemas relacionados com as dores da perda de impérios coloniais passados, que ficaram mal resolvidas interna e externamente, dado que apesar do atual contexto internacional se ter alterado, os interesses políticos e estratégicos dos Estados, outrora capitais de Impérios, não mudaram com o tempo, ou seja, sāo perenes, pois a geografia não muda, e esta é a grande condicionante de toda a política e da estratégia.
Para além do que afirmei, os europeus olham para as outras guerras que existem no mundo, onde aparentemente não têm interesses diretos, como guerras entre sociedades que lhe são espúrias, a que se junta alguma sobranceria, de que o racismo não é alheio, pois habituámo-nos a elas nos referirmos como incivilizadas e atrasadas, ou seja, ainda com alguns resquícios e preconceitos do passado colonial, que teimam em persistir intergeracionalmente.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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